EUA por trás da sabotagem do Nord Stream – lendário jornalista do NYT

84 2023-02-09 13:49:01 Politica
Washington “destruiu” os gasodutos russos, afirmou Seymour Hersh

Os oleodutos Nord Stream foram destruídos em setembro passado pelos EUA em uma operação secreta, afirmou o jornalista investigativo vencedor do Prêmio Pulitzer Seymour Hersh. O lendário repórter fez a revelação bombástica em um artigo postado em seu blog recém-lançado no Substack na quarta-feira.

Os explosivos foram plantados nos oleodutos em junho de 2022 por mergulhadores da Marinha dos EUA sob o disfarce do exercício BALTOPS 22 da OTAN, informou Hersh, citando uma fonte com conhecimento direto do planejamento operacional.

O jornalista observou que procurou a Casa Branca e a CIA para comentar, com ambas rejeitando firmemente a alegação de que os EUA “destruíram” os oleodutos como “totalmente falsos”.

As bombas foram detonadas três meses depois, em 26 de setembro, com um sinal remoto enviado por uma bóia de sonar. A bóia foi lançada perto dos oleodutos Nord Stream por um avião de vigilância P8 da Marinha norueguesa, de acordo com o relatório.

A operação se concretizou após meses de idas e vindas entre a Casa Branca, a CIA e os militares, com as autoridades se concentrando em como não deixar vestígios do envolvimento dos EUA no ataque. O processo de planejamento começou em dezembro de 2021, quando uma força-tarefa especial foi criada com a participação direta do conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan.

“A Marinha propôs usar um submarino recém-comissionado para atacar diretamente o oleoduto. A Força Aérea discutiu o lançamento de bombas com fusíveis retardados que poderiam ser ativados remotamente. A CIA argumentou que o que quer que fosse feito, teria que ser secreto. Todos os envolvidos entenderam o que estava em jogo”, dizia o relatório.

A fonte disse a Hersh que todos os envolvidos entenderam que a operação não era uma “coisa de criança”, mas na verdade um “ato de guerra”. Ao longo de “toda essa trama”, certos funcionários instaram a Casa Branca a abandonar totalmente a ideia. “Alguns funcionários da CIA e do Departamento de Estado diziam: ‘Não faça isso. É estúpido e será um pesadelo político se for divulgado'”, disse a fonte.

Originalmente, os explosivos deveriam ter um cronômetro de 48 horas e deveriam ser plantados até o final do BALTOPS22, informou Hersh, citando a mesma fonte. A janela de dois dias, no entanto, foi considerada muito próxima do fim do exercício pela Casa Branca, que ordenou que a "task force" apresentasse um método sob demanda para detoná-los. No final das contas, acabou sendo a bóia do sonar.

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