Cuanza Sul é uma das 23 províncias de Angola, localizada na região central do país, tendo como capital a cidade de Sumbe. Com uma área territorial de 55.660 km², equivalente a 4,7% da extensão total do país, e uma população de aproximadamente 2,1 milhões de habitantes (dados de 2018), é a quinta província mais populosa de Angola.
Administrativamente, Cuanza Sul é composta por 12 municípios e 32 comunas, entre eles destacam-se Amboim, Cassongue, Cela, Conda, Ebo, Libolo, Mussende, Porto Amboim, Quilenda, Quibala, Seles e Sumbe. A colonização da região iniciou-se em 1769, na foz do rio Cambongo-Negunza, por decreto do governador-geral de Angola, Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho, que mandou erguer o forte-presídio Novo Redondo, em homenagem ao soba local Negunza Cabolo. A província passou por diferentes administrações coloniais até sua separação formal em 15 de setembro de 1917, quando foi criada oficialmente como distrito do Cuanza Sul, com sede em Porto Amboim, mais tarde transferida para o Sumbe em 1955.
Geograficamente, Cuanza Sul é delimitada ao norte e nordeste pelos rios Longa e Cuanza, fazendo fronteira com as províncias de Luanda, Cuanza Norte e Malange; ao sul com Benguela; ao sudeste com Bié e Huambo; e ao oeste com o Oceano Atlântico. A paisagem da região é marcada por formações geográficas diversas, como os Montes Luvili, as Serras da Sanga e Bimbe, os Altiplanos do Congolo e Mombolo, as escarpas do Libolo e Amboim-Seles, além do Planalto da Gabela, reconhecido por sua relevância na produção de algodão e café.
O clima da província varia conforme a localização, predominando o clima semiárido quente (BSh) no litoral, clima tropical de savana (Aw/As) na região de Munenga, e clima oceânico (Cwa/Cwb) nas áreas de Ebo e Cassongue. Em termos demográficos, os principais grupos étnicos são os ambundos, ao norte, falantes do quimbundo, e os ovimbundos, ao sul, falantes do umbundo. A língua portuguesa é a mais utilizada em toda a província.
A economia do Cuanza Sul é impulsionada principalmente pelo setor agropecuário. Culturas permanentes como o café, palmeira do dendém, banana, citrinos e goiaba são relevantes, além das lavouras temporárias de cana-de-açúcar, algodão, milho, trigo, batata, soja, arroz e girassol. A criação de gado bovino para corte e leite é comum nas áreas médias e altas do planalto, enquanto a pesca marítima destaca-se na baía do Quissonde e litoral de Sumbe. A pesca fluvial é praticada em regiões como Libolo e Mussende.
O setor industrial da província é marcado pela presença de agroindústrias voltadas ao beneficiamento de produtos locais, como leite, carne bovina, arroz e café. Há também atividades madeireiras em municípios como Seles, Libolo e Amboim, com abundância de eucaliptos e pinheiros. A mineração inclui a extração de diamantes, calcário, areia e seixos, além de contribuições importantes da geração hidroelétrica proveniente das centrais de Laúca, Capanda e Caculo Cabaça.
No comércio, Sumbe e Porto Amboim funcionam como centros atacadistas regionais, abastecendo a província com alimentos e produtos essenciais. O setor de serviços é favorecido pela logística de escoamento de mercadorias através do Porto do Cuanza Sul, em Porto Amboim.
Culturalmente, Cuanza Sul preserva patrimônio histórico e arqueológico significativo, com pinturas rupestres do período Neolítico e ruínas de fortalezas coloniais como a Fortaleza do Amboim, Fortim do Quicombo, Forte da Quibala e Fortaleza do Calulu, refletindo a riqueza e diversidade do legado cultural da região.