O mundo da moda despede-se de um dos seus maiores nomes: Giorgio Armani, falecido aos 91 anos, deixa um legado que transcende tecidos e tendências. Mais do que um criador de estilo, Armani foi um arquiteto da elegância, um visionário que moldou a estética contemporânea com discrição, rigor e alma.
Desde que fundou a sua marca em Milão, em 1975, Armani tornou-se sinónimo de classe intemporal. Vestiu estrelas como Julia Roberts, Leonardo DiCaprio, Cate Blanchett e Michelle Pfeiffer, marcou presença em passadeiras vermelhas, cerimónias de prémios e até nos bastidores do desporto e da política. A sua influência estendeu-se à arquitetura, ao cinema e à cultura pop, como recorda Anna Wintour, diretora da Vogue: “Para ele, moda não era apenas roupa — era arte, música, desporto, design.”
As homenagens multiplicam-se. Donatella Versace descreveu-o como “um gigante que fez história e será lembrado para sempre”. Victoria Beckham chamou-lhe “um verdadeiro visionário cujo legado viverá eternamente”. Valentino Garavani curvou-se perante o seu talento, e Ralph Lauren destacou a sua fidelidade à própria visão e ao amor pela família e pela pátria.
Do mundo empresarial à cultura, da ópera La Fenice ao Real Madrid, todos reconhecem o impacto de Armani como embaixador do “Made in Italy”. Renzo Rosso, fundador da Diesel, chamou-lhe “um ícone verdadeiro”. Ermenegildo Zegna agradeceu-lhe por levar “o espírito e a cultura italiana ao mundo”.
Mas foi também no plano pessoal que Armani tocou vidas. Russell Crowe recorda como o conheceu por acaso e como o estilista passou a vestir os momentos mais marcantes da sua vida. Jessica Chastain conheceu o marido num desfile de Armani. E Martin Scorsese, que o retratou no documentário Made in Milan, afirmou: “Chamam muitos de intemporais. No caso de Armani, é verdade.”
Armani trabalhou até aos últimos dias, fiel ao seu perfeccionismo e à sua paixão. Sem filhos, preparava uma sucessão gradual, confiando o seu império a colaboradores próximos e familiares. A sua marca, avaliada em mais de 2 mil milhões de euros, permanece independente — tal como ele sempre quis.
Hoje, o mundo veste luto. Mas também veste gratidão. Porque Giorgio Armani não desenhou apenas roupas — desenhou uma forma de estar, de sentir e de ser. E essa elegância, sussurrada mas poderosa, continuará a inspirar gerações.
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