Desperto sinto como o tempo
vem morar em mim
Devagar como quando crescemos
e se nos apagam indelevelmente
no rosto
os traços da mocidade
O meu destino ambíguo destino
se mistura ao destino
das coisas que passam
e eu colho a embriaguez
do efêmero
essa flor oculta
nas raízes do mundo
Inundada a fronte do existir
cristalizam-se-me no coração
imenso pomar
onde os frutos tardam
a amadurecer
as sementes do tempo
Sinto a luz e a sombra
dos contornos do tempo
cristalizando na pródiga
arte dos dias
sinalizados com números
nos calendários
a minha comunhão com o mundo
Humildo sou pois esse dia
que anônimo passa
cheio de antigas
e quotidianas coisas;
o crepúsculo rubro
a que a ciência
não retira a beleza
e que se apaga pouco a pouco
acompanhado do rumos das ondas
e da dança ritual do mar.
Pesada é a bagagem do viajante que vai do não existir ao existir e do existir ao não existir Enquanto me dura essa viagem que outros me doaram como herança ...
São diferentes hoje os olhos com que te abraço a cintura azul Ó mar diferentes também as nossas posturas ontológicas. Hoje sou eu que te tenho ...
Desperto sinto como o tempo vem morar em mim Devagar como quando crescemos e se nos apagam indelevelmente no rosto os traços da mocidade ...
“Eu- corpo- do tempo que me deixa mas fica do tempo que me habita mas se esquece de um outro que se segue, talvez O meu corpo me conta viagens de histórias adormecidas de uma morte...
A pergunta no ar no mar na boca de todos nós: – Luanda onde está? Silêncio nas ruas Silêncio nas bocas Silêncio nos olhos – Xê mana Rosa peixeira – Mano Não pode...
Durante anos, estive presa num cativeiro mental, Desorientada só observando a história universal. Presa na académica concepção de história inversa, Estudando o que menospreza e diminui a...